O Currículo

As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCN/ENF) ressaltam a importância da construção de Projetos Pedagógicos que superem a fragmentação disciplinar por meio da integração de conhecimentos e da articulação entre teoria-prática com vistas à formação do enfermeiro generalista, humanista, crítico e reflexivo, capaz de promover a saúde integral do ser humano, atender as demandas de saúde da população e intervir na realidade para transformá-la, em consonância com os princípios do SUS (BRASIL, 2001).

Compreendendo a necessidade de transpor as fronteiras das especialidades e disciplinas, o currículo integrado emerge como potencialidade para alcançar o perfil profissional almejado, pois valoriza a integração entre ensino, serviço e comunidade como cenário do processo de ensino e aprendizagem, no qual o educando reflete sobre sua ação e a realidade na qual está inserido, tendo a problematização como mola propulsora.

Neste sentido, o currículo integrado encontra-se ancorado nos princípios da totalidade, da interdisciplinaridade e da relação teoria e prática (ALMEIDA FILHO, 2005; MORIN, 2015). A totalidade prevê que o todo e as partes sejam analisadas relacionando conceitos de diferentes campos do conhecimento. A interdisciplinaridade compreende o diálogo entre as disciplinas e a articulação dos fragmentos de saberes para uma compreensão pluridimensional dos fenômenos. Já a relação teoria e prática concebe que ambas são uma unidade indissolúvel e que devem ser trabalhadas simultaneamente, na qual a prática é o ponto de partida e de chegada, bem como a teoria é formulada a partir das necessidades concretas da realidade que se busca responder (KIKUCHI e GUARIENTE, 2014).

Com base nestas concepções, o currículo integrado concebe que o educando constrói o conhecimento a partir de uma abordagem relacional dos conteúdos curriculares e das vivências práticas, o que propicia a construção processual de sua própria autonomia e a elaboração das sínteses necessárias à apropriação de conhecimentos (OSÓRIO, 2005).

Para tanto, o currículo integrado se desenvolve em espiral, com o curso organizado do geral para o específico, em níveis de crescente complexidade e em sucessivas aproximações (DOWDING, 1993). Esta conformação sustenta a construção de sequências de conhecimentos, definidos a partir das competências a serem alcançadas. Assim, novos saberes e habilidades (cognitivas, afetivas e psicomotoras) são introduzidos em momentos subsequentes, retomando o que já se sabe e mantendo as interligações com as aprendizagens prévias.

Sob esta ótica, o currículo pleno do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade é estruturado segundo um código de integração e com regime seriado, o que pressupõe a matrícula do educando em todas as disciplinas do período, num mesmo semestre letivo. Desse modo, o currículo está organizado em três grandes áreas (UERJ, 2002):

  • “Assistencial”, constituída por cinco subáreas que abordam conhecimentos teórico-práticos que conformam a assistência de enfermagem no nível individual e coletivo, considerando o perfil epidemiológico e o quadro sanitário do país;
  • “Fundamental”, com 3 subáreas que trabalham conhecimentos teórico-práticos de educação, de pesquisa e de organização do processo de trabalho, além das bases histórico-filosóficas do exercício da enfermagem;
  • “Bases Biológicas e Sociais da Enfermagem”, composta pelas disciplinas que pertenciam ao ciclo básico e que são oferecidas por outras faculdades e institutos da universidade, as quais se inserem ao longo do currículo de modo correlacionado com os conteúdos abordados nas demais áreas do 1º ao 7º período.

Essas áreas e respectivas subáreas compreendem um conjunto de disciplinas articuladas e integradas entre si, constituindo uma estrutura curricular pautada na perspectiva da totalidade. Cada subárea é composta por unidades de ensino organizadas sequencialmente e passíveis de conexões nos diversos períodos do curso onde estão alocadas. 

Rede Curricular da ENF/UERJ

Nesta rede curricular, o ensino teórico se desenvolve concomitante ao ensino prático de modo que os educandos da Faculdade se inserem nos cenários de formação prática desde sua entrada na graduação, percorrendo os níveis de complexidade da assistência à saúde ao longo do currículo. Assim, iniciam em uma clínica da família dentro da comunidade, seguindo para outros pontos da rede básica e, posteriormente, da rede hospitalar, tanto em unidades assistenciais da UERJ quanto das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

Estágio Curricular na Modalidade de Internato

O Curso de Graduação da Faculdade de Enfermagem inclui o Internato de Enfermagem, uma modalidade de estágio curricular supervisionado obrigatório, conforme determinação das DCN/ENF (2001), que acontece ao longo dos dois últimos períodos, totalizando 2.160 horas e com bolsa fornecida pelo Sistema da Coordenação de Desenvolvimento Acadêmico (CDA) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ.

Denominado de “Experimentando o Exercício Profissional”, compreende-se que o internato é uma vivência de transição do papel de estudante para o de enfermeiro, sendo um momento privilegiado do processo formativo para a consolidação das competências próprias do enfermeiro, integrando saberes e práticas da profissão, a partir da integração entre ensino e serviço, bem como da vivência da realidade do mundo do trabalho.

Sob o acompanhamento e a supervisão docente, os estudantes transitam entre serviços de saúde da atenção básica e hospitalar, utilizando como cenários de formação prática instituições das Secretaria Municipal e Estadual de Saúde, bem como as unidades assistenciais da UERJ.

Comitê de Assessoramento Curricular do Curso de Graduação em Enfermagem

Este Comitê tem como objetivos: acompanhar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, assegurando articulação entre as subáreas, a integração docente-discente e a interdisciplinaridade; propor ações para o aperfeiçoamento do Curso de Graduação em Enfermagem; e atualizar o Projeto Pedagógico do Curso (PPC).

Como metodologia de trabalho, adota-se a oficina de produção em encontros quinzenais de seus componentes. No entanto, outros docentes podem ser convidados para contribuir com reflexões ou compor grupos de trabalho específicos.

Essencialmente, o Comitê é organizado em três eixos organizacionais, conforme descrito na Portaria UERJ/ENF SEI n.º 01 de 15 de abril de 2021:

  • Coordenação Geral: Luiza Mara Correia (Diretora da Faculdade de Enfermagem); Ricardo De Mattos Russo Rafael (Vice-Diretor da Faculdade de Enfermagem); Alex Simões De Mello (Coordenador de Ensino de Graduação); Juliana Amaral Prata (Coordenadora Adjunta de Ensino de Graduação) e; Frances Valéria Costa E Silva (Coordenadora do Núcleo de Extensão).
  • Coordenação Executiva: Cristiane Maria Amorim Costa (Chefe do Departamento de Fundamentos de Enfermagem – DFEN); Felipe Kaezer Dos Santos (Subchefe do DFEN); Mercedes De Oliveira Neto (Chefe do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública – DESP); Magda Guimarães De Araújo Faria (Subchefe do DESP); Luana Ferreira De Almeida (Chefe do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgico – DEMC); Vanessa Galdino De Paula (Subchefe do DEMC); Joana Iabrudi Carinhanha (Chefe do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil – DEMI) e; Michelle Darezzo Rodrigues Nunes (Subchefe do DEMI).
  • Apoio Administrativo: Michel Rêgo Lãçzynski Monteiro (Chefe de Secretaria).

Projeto Político Pedagógico

Fluxograma do Currículo

Modelo de Requerimento